Segundo Fichamento:
Comparação do desempenho funcional de crianças portadoras de Síndrome de Down e crianças com desenvolvimento normal aos 2 e 5 anos de idade.
Marisa Cotta Mancini, Priscila Carvalho e Silva
Sabrina Corrêa Gonçalves, Simone de Mdeiros Martins.
Arq Neuropsiquiart 2003; 61 (2-B):409-415
“A Síndrome de Down (SD) é caracterizada como condição genética, que leva seu portador a apresentar uma série de características físicas e mentais específicas. Esta síndrome é considerada umas das mais freqüentes anomalias numéricas dos cromossomos autossômicos e representa a mais antiga causa de retardo mental.” (p. 410)
“A literatura também apresenta informações sobre o desempenho cognitivo de crianças portadoras de SD, indicando que estas crianças apresentam atraso ou retardo mental, que na verdade, é a manifestação de um sintoma desta condição genética”(p.410)
“As alterações apresentadas por crianças portadoras de SD podem se manifestar funcionalmente interferindo na capacidade destas crianças de desempenhar de formar de formar independente diversas atividades e tarefas da rotina diária”(p.410)
“A escassez de evidencias sobre o desempenho funcional deste grupo clínico limita os profissionais que lidam com estas crianças a aprendizes desfechos e expectativas possíveis de serem alcançadas.”(p.410)
“Este estudo transversal te como objetivo comparar o desempenho funcional de crianças portadoras de SD com o de crianças que apresentam desenvolvimento;
normal,nas idades cronológicas de dois e cinco anos,em três áreas desempenho:autocuidado,mobilidade e função social.”(p.410)
“As quarenta crianças que participam deste estudo foram escolhidas com base em critérios de inclusão e divididas em quatro grupos,conforme informações clinicas e grupo etário.Das 40 crianças,vinte eram portadoras de Síndrome de Down(SD)e as outras 20 crianças apresentavam desenvolvimento normal(DN),obedecendo aos seguimentos critérios de inclusão:
-Grupo SD: Crianças diagnosticadas como portadoras de Síndrome de Down e com cariótipo determinado.
-Grupo DN: Crianças com desenvolvimento normal, sem problemas clínicos,diagnóstico de doença ou distúrbio do desenvolvimento e que não fizessem uso sistemático de medicação.”(p.410)
“A avaliação das crianças foi feita utilizadando-se o teste pediatric evaluantion of disability invetory(PEDI)que é um instrumento padronizado norte-americano que documenta de forma quantitativa a capacidade funcional da criança(habilidades)e a independência para realizar atividades de auto-cuidado,mobilidade e função social.”(p.411)
“O teste PEDI é administrado através de entrevista estruturado com o cuidador da criança com duração de 50 a 60 minutos.O teste é constituído de três partes”(p.411)
“A primeira parte do teste PEDI avalia as habilidades funcionais de crianças para desempenhar atividades nas áreas de auto-cuidado(73 itens), mobilidades(59 itens) e função social(65 itens).”(p.411)
“ A segunda parte do teste avalia a independência da criança para realizar tarefas
funcionais nas mesmas três áreas: auto-cuidado (8 itens), mobilidade (7 itens) e função social(5 itens) .Nessa parte ,cada item é avaliado numa escala ordinal de 0 a 5 ,onde o escore 0 (zero)informa que a criança é totalmente dependente do cuidador na realização da tarefa funcional e o escore 5 indica que ela realiza a tarefa de forma independente.”(p.411)
“ A terceira parte do teste informa sobre as modificações necessárias para o desempenho das tarefas funcionais nas mesmas três áreas descritivas acima.Esta parte não foi utilizada neste estudo.”(p.411)
“As avaliações fora realizadas por três examinadores que foram previamente treinados na aplicação so teste.”(p.412)
“A avaliação de cada criança foi realizada num único momento através de entrevista com pais ou responsáveis que informaram sobre o desempenho da criança nas atividades e tarefas da rotina diária de casa”(p.412)
“A descrição das crianças que compuseram a amostra deste estudo foi feita por meio de medidas de tendência central (média e desvio-padrão) e freqüência, nas variáveis idade, sexo e nível sócio econômico da família.”(p.412)
“Os resultados deste estudo demonstram que o desempenho de crianças com SD é inferior ao de crianças normais. Entretanto, as interações entre patologia e grupo etário revelaram que este desempenho inferior não se mantém constante no contínuo do desenvolvimento” (p. 414)
“Foi observado que, apesar da diferença entre os desempenhos de crianças dos grupos SD e DN, essa diferença não permanece constante ao longo do desenvolvimento.” (p.414)
“A comparação do desempenho de crianças com SD e crianças normais demonstrou que na área de mobilidade, tanto nas habilidades funcionais quanto na ajuda fornecida pelo cuidador, há uma interação entre idade e patologia.” (p.414)
“Apesar dos grupos apresentarem desempenho em mobilidade significativamente diferente aos dois anos, os resultados demonstraram que essa diferença não é significativa aos cinco anos de idade. Esta informação está de acordo com os resultados apresentados por Ramalho Et Al , que afirmaram que o crescimento e o desenvolvimento de crianças com SD se aproximas daquele apresentado por crianças normais, no que se refere a habilidades motoras globais.” (p.414)
“Na área de alto-cuidado os resultados revelaram uma interação significativa entre patologia e idade nas habilidades funcionais, mas não na independência.” (p.414)
“Uma limitação deste estudo refere-se à utilização de um desenho transversal para se avaliar diferenças de desempenho em dois perfis etários distintos.” (p.415)
“Os resultados deste estudo informaram que as alterações apresentadas por crianças portadora de SD se manifestaram funcionalmente, influenciando na capacidade de desempenhar de forma independente diversas atividades e tarefas da rotina diária. Além disso, este estudo acrescenta novas informações referentes à caracterização do atraso apresentado por estas crianças, indicando as áreas de desempenho e perfis etários onde este atraso é mais evidente. Tais informações podem ser úteis aos profissionais que trabalham com essa clientela, sugerindo áreas de ênfase nos processos de avaliação e intervenção em diferentes idades.” (p.415)
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