Por detrás do último ato
da ciência-espetáculo:
as células-tronco embrionárias
DANTE MARCELLO CLARAMONTE GALLIAN.
ESTUDOS AVANÇADOS 19 (55), 2005
“As células-tronco
As pesquisas com células-tronco adultas (não embrionárias) – extraídas
principalmente do sangue do cordão umbilical e da medula óssea – iniciaram-se
há mais de uma década, quando se descobriu que o caráter indiferenciado destas
potencializava uma grande margem de “manipulação” por parte do cientista,
que poderia, com meios técnicos adequados, transformá-las ou diferenciá-las
em células específicas, possibilitando assim a regeneração de tecidos e mesmo
órgãos.” (p.254)
“As experiências terapêuticas com células-tronco adultas em seres humanos
começaram a ser realizadas mais recentemente e, nos últimos anos, têm se divulESTUDOS
AVANÇADOS 19 (55), 2005 255
gado resultados alentadores em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil,
particularmente na regeneração de tecidos do coração, lesados por infarto.”(p.254/255)
“Unanimemente, os cientistas que pesquisam ou reivindicam a liberdade de
pesquisar com células-tronco embrionárias, reconhecem as “grandes dificuldades
técnicas” que têm se apresentado no processo de investigação3. Ao contrário
do que vem ocorrendo com as células-tronco adultas, as experiências com células-
tronco embrionárias não produziram nenhum êxito terapêutico reconhecido,
sequer em animais4. Pelo contrário, estudos importantes vêm demonstrando
que a utilização de células-tronco embrionárias em experimentos terapêuticos
têm causado tumores em animais, levando a crer que o mesmo deva ocorrer se
administrado em seres humanos5.”(p.255)
“Também em relação às células-tronco extraídas de embriões “produzidos”
por reprodução assistida e que se encontram congelados, o argumento de que
tais indivíduos seriam virtualmente incapazes de se desenvolverem, mas úteis do
ponto de vista terapêutico, não encontra sustentação adequada.”(p.256)
“Em relação à técnica da clonagem, sabe-se também que os insumos necessários
são extraordinariamente custosos e que muitos laboratórios e empresas
especializadas em produtos bioquímicos têm muito a lucrar com a abertura desta
nova linha de pesquisa.”(p.256)
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